18.1.10

De Novo.


Se a chuva se retraísse ao ceu novamente, e o Sol voltasse a brilhar... Se o trem voltasse a passar pelos trilhos, e a fumaça cinza estivesse ali. Se seus olhos ainda estivessem secos, suas cartas ainda não fossem escritas, suas pedras não fossem atiradas... Se ainda não houvesse asfalto, se sua cortina estivesse aberta, o coração acelerado, o relógio parado. Se as nuvens não estivessem ali, e seu guarda-chuva estivesse fechado. Se não perdesse o último ônibus, se as palavras não lhe faltassem e o pó não fora assoprado. Se os livros ainda não foram abertos, as árvores não houvessem crescido, a música não estivesse tocando... Se em sua face ainda houvesse um sorriso. Se ninguém o tivesse roubado, a fotografia não estivesse rasgada, o telefone tivesse sido atendido... Se tivesse dez minutos a mais, ou uma eternidade a menos. Se não tivesse sentado e esperado. Se o Sol voltasse a brilhar... Você mudaria tudo ou deixaria estar... De novo.

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