15.1.10


Que abram-se as cortinas, pois o show já começou. As luzes já acenderam-se, o palco tem um brilho incabível aos olhos de quem vê. O cenário está montado, a música já foi passada. Milhares de gritos rasgam o silêncio. Eles estão impacientes... Onde está nossa maior estrela? Onde estão nossos protagonistas? É a hora de fazer o que se há para fazer.
Como poderei encará-los nos olhos, se nem no espelho sou capaz? Por que há tanto barulho em mim? Não ouço os gritos lá de fora, pois os sussurros do silêncio me invadem. Me dizem para ir e para ficar. Para encará-los e para deixá-los sem resposta. Preciso de alguém, preciso de quem encubra meu coração para pará-lo de fazer bater tão forte em sua gaiola. Acalme-se, acalme-se. Já estou indo. Mas este desespero não está no papel... O que há de errado? Estou com medo de olhá-los nos olhos, de examinar suas faces, de costurar os seus sorrisos. Não sei o que fazer-lhes, não sei como dizer-lhes que preciso, por favor, de alguém que acalme meu coração. Não há ninguém aqui?
Já é dada a hora de tirarmos os figurinos. Recolham o cenário, apaguem as luzes coloridas... Amarelo, verde, azul. Todos voltam para a casa, pois o show já terminou. Fecham-se as cortinas, a música se foi. Onde está nossa maior estrela? Onde estão nossos protagonistas? Não houveram aplausos esta noite, e nosso palhaço nos entristeceu.

Nenhum comentário:

Postar um comentário